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Fez o empresário Leonardo Padilha transformar o hobby em profissão, privilégio de poucos e sonho de muitos - poder trabalhar com o que se ama..
Seu primeiro contato com um automóvel foi logo após seu nascimento. Por ser o primeiro filho do casal, seus pais decidiram adquirir um carro de segunda mão, um Chevette 1974, o famoso “tubarão”, todo original, na tradicional cor laranja. Aos 6 meses de idade fazia sua primeira viagem para a cidade de Bagé-RS, para visitar os parentes que residem na região. O carro da família, apelidado carinhosamente por “gininho", seguiu fazendo todas as suas tarefas árduas por longos sete anos, encerrando sua passagem ao ser trocado por um carro maior, por causa da chegada do irmão Guilherme. A família agora estava a bordo de um Corcel II LDO, a álcool.
Para a infelicidade (ou não) de seu pai, a proposta de guiar um carro pela primeira vez aos 11 anos foi prontamente aceita - isso nas então desertas ruas da praia do Imbé. Para a surpresa do seu pai foi só ‘bater o arranque e sair guiando", como se aquilo fosse automático. Era somente o fruto dos longos anos acompanhando e observando o pai a bordo dos carros. Desde então a união de homem e máquina tomou-se algo rotineiro. Dos onze aos dezesseis anos os carros do pai foram as cobaias de todas as experiências possíveis. Confiscados aos finais de semana para ‘limpeza", mas na verdade fuçados para satisfação da curiosidade. Aos seus dezesseis anos, sua mãe resolveu ter seu próprio carro - isso para a felicidade do pai, pois agora quem passava a sofrer era a mãe, que além de cuidar do filho tinha que saber por onde andava o carro. Com o apoio dela e como uma forma de preencher o tempo livre daquele menino hiperativo, ela acabou presenteando-o com um curso de mecânica na escola técnica Itec. O que era para ser um curso educativo virou um dor de cabeça para os vizinhos do condomínio onde morava, pois os carros eram praticamente desmontados em pleno pátio do estacionamento.
Desde então a ferrugem que estava adormecida no sangue, se espalhou de forma descontrolada, resultando em um incontável número de Galaxies, Opalas, Mavericks, Dodges, Impalas, Malibus, etc., coletados por valores irrisórios, sempre abandonados nos fundos das lojas de carros e oficinas da região. Junto com a “doença’ descobriu que outras pessoas também sofriam do mesmo mal - hoje amigos de longa data, companheiros de empreitadas e conselheiros dos mais variados estilos.
Em 1999, trabalhando em meio a processos burocráticos, a internet apareceu como forma de entretenimento nas folgas. Foi aí que surgiu a ideia de anunciar alguns carros antigos a preços realistas, usando esse meio de divulgação como principal forma de venda, e não apenas para inflacionar o mercado, como faz a maioria dos usuários - esse é o público alvo.
A paixão pelos carros, o farto conhecimento do assunto, o apoio da namorada (hoje esposa) e a possibilidade de poder viajar o Rio Grande do Sul à procura de carros antigos foi tiro certeiro para concretizar um sonho, montar sua coleção particular e transformar o hobby em profissão. Essa é a história de como surgiu a HOTV8.